A Rip Curl WSL Finals, grande final do circuito mundial de surf de 2021, disputada em Trestles, na California, teve mais de 6,8 milhões de visualizações na transmissão ao vivo pela internet, batendo o recorde de audiência na história da WSL.
A decisão do título ficou entre os três maiores nomes do surf na atualidade, os brasileiros Gabriel Medina, Filipe Toledo e Ítalo Ferreira. Medina foi coroado tricampeão mundial e ultrapassou o recorde registrado na final brasileira entre Ítalo Ferreira e Gabriel Medina no Billabong Pipe Masters de 2019.
Erik Logan, CEO da WSL, apresentou uma estratégia de marketing ousada para a final de 2021: fazer a grande final em um único dia, em um modelo de competição mata-mata. A ideia era inovar e mudar as finais a cada ano, assim como o Super Bowl e a maioria dos principais campeonatos de golf.
A visão mais marketeira foi questionada pela audiência, pelos próprios atletas e até virou pauta de reportagem do jornal New York Times, em que o jornalista John Branch questionou a legitimidade da decisão do título mundial de surf de 2021.
Mas parece que a estratégia deu certo. Além de deixar a final mais emocionante, com direito até a pausa na bateria final por um tubarão ter se aproximado, e com a possibilidade de uma grande virada no rumo da competição, a WSL também adotou outras estratégias mais inclusivas e justas: pela primeira vez na história a final do campeonato feminino foi disputado e transmitido no mesmo local e mesmo dia, alternando entre baterias femininas e masculinas.
“Ver os dez melhores surfistas do ano se enfrentando em ondas incríveis e com os títulos mundiais feminino e masculino sendo decididos no mesmo dia e no mesmo lugar pela primeira vez, foi realmente muito especial. Este novo formato cativou nosso público e aumentou nossa audiência como nunca visto antes”. – diz Erik Logan
No campeonato feminino, tivemos mais emoção. A havaiana Carissa Moore se consagrou pentacampeã mundial, no mesmo ano em que levou a primeira medalha de ouro olímpica. Mas o peso do nome não assustou a brasileira Tatiana Weston Webb, que também não deu mole para Carissa e levou a primeira bateria na disputa final da melhor de três, em uma disputa acirrada e de alto nível. Tati lutou até o final, e conseguiu prender a audiência da torcida brasileira até os últimos segundos.
A estreia do surf como modalidade olímpica também foi o boom para o circuito mundial de 2021. Para os brasileiros, uma questão de honra assistir mais uma vez a Brazilian Storm fazendo história, primeiro com Ítalo Ferreira levando a medalha de ouro nas olimpíadas e agora com Medina tricampeão.
Além disso, em 2021 os eventos do CT também foram transmitidos pelo YouTube pela primeira vez, gerando novos espectadores e um novo recorde de audiência. Também foi transmitido ao vivo por canais parceiros da WSL em todo o mundo, como a ESPN no Brasil. O sucesso foi tanto, que o evento pode até quebrar recorde de visualizações de Video On Demand.
Podemos estar diante do novo formato preferido da WSL, pela audiência e pelo sucesso nas redes sociais. Mas será esse novo formato o preferido dos atletas? É claro que estar viajando, longe da família, esperando longas janelas para a realização do campeonato também não é fácil.
Porém, o próprio Medina já tinha dado declarações que não achava o modelo mata-mata justo. Dessa vez, os favoritos ao título que lideravam o ranking com grande diferença de pontuação venceram a competição. Mas se o resultado da competição fosse diferente com certeza haveria bastante barulho da torcida nas redes sociais, e não de uma forma boa.
Melhores momentos da grande final do circuito mundial de surf de 2021.
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