As equipes do Circuito Mundial de Surf

Em todo início de temporada do Circuito Mundial da WSL, vemos uma verdadeira “dança das cadeiras” entre os patrocinadores de bico dos Top Surfistas. E com toda essa movimentação de mercado, algumas marcas formam potentes times de competidores no Circuito Mundial.

Mesmo com toda a crise e as mudanças de posicionamento de algumas das marcas endêmicas ao surf, é sabido no mercado que uma boa parte do orçamento é direcionado aos atletas. É uma aposta de marketing considerada certeira na espera de retorno midiático.

Foi isso que levantou a OnFire, criando uma competição paralela na formação das equipes divididas por marcas, porém sem entrar em detalhes de investimento ou estudos de retorno de marketing.

BILLABONG TEM O CAMPEÃO MUNDIAL E LIDERA O RANKING

Pela primeira vez em anos a Billabong chega ao Tour em maior número, total de 7 atletas na elite. Muito disso se deve a permanência de boa parte da sua equipe da última temporada.

A lista é encabeçada pelo atual campeão mundial, Ítalo Ferreira, seguido por Seth Moniz, Jack Freestone, Ryan Callinan e Griffin Colapinto, além de Frederico Morais e Ethan Ewing – que retornaram recentemente para o time.

Um fato interessante é que, tirando Ítalo, todos os outros atletas já faziam parte da equipe Billabong desde a formação, dos 16 anos de idade ou antes, mostrando que a aposta da marca em jovens é prioridade.

RIP CURL TEM O ATLETA MAIS VALIOSO DE TODOS: GABRIEL MEDINA

Em segundo vem a Rip Curl, com 5 surfistas, com o bicampeão Gabriel Medina, Matthew McGillivray, Owen Wright e o estreante Morgan Cibilic, com todos levando a marca no bico por longa data. A única exceção é Conner Coffin, sua contratação é relativamente mais recente.

Vale destacar que o brasileiro Gabriel Medina é o atleta mais valioso e midiático de todos os tops no Tour. Segundo notícias de bastidores, os ganhos passam muitos jogadores de ponta do futebol brasileiro.

Gabriel tem um verdadeiro time de patrocinadores de alto nível em sua prancha, tais como Bradesco, Guaraná, Oi, TCL, Cerveja Corona, Audi e JBL, entre outros. Em uma brincadeira, podemos aqui supor, que daria para bancar o Tour inteiro.

QUIKSILVER, VOLCOM E HURLEY: TRADIÇÃO X OUSADIA X INCERTEZAS

Na terceira colocação vem a Quiksilver, com 3 membros: Kanoa Igarashi, Jeremy Flores e Leonardo Fioranvanti, todos com patrocínio da marca há mais de 10 anos. Kanoa Igarashi é a principal aposta da Quiksilver para conquistas, tanto no Tour quanto nas Olimpíadas, que ele corre pelo Japão.

Em seguida vem a Volcom, com 2 atletas na equipe, considerados fora da caixinha. Um deles é o brasileiro Yago Dora, e o outro é aussie Jack Robinson. Yago tem um surf que mescla clássico com progressivo, e já chegou a ser comparado em estilo pela Stab com Gerry Lopez. Já Robo, bota pra baixo em ondas grandes e pode levar um futuro caneco no Tour.

A Hurley também conta com apenas 2 atletas, o brasileiro Filipe Toledo e o norte-americano Kolohe Andino. Mas muita coisa mudou na marca e merece um capítulo a parte nessa história, já que 4 dos 7 atletas sem patrocínio principal de marcas de surf no Tour, foram dispensados de sua equipe. Por exemplo, o brasileiro Miguel Pupo era um deles. O havaiano bicampeão mundial John John Florence, para muitos o surfista mais completo da atualidade, outro.

SOLITÁRIOS DO TOUR: DE CAMPEÕES MUNDIAIS A GUERREIROS DO ESPORTE

Chegou a vez das marcas que tem apenas um atleta em sua equipe, como a Florence X Marine, com John John Florence. Outer Known, de Kelly Slater. Maresia, com o brasileiro Jadson Andre. Rusty com Wade Carmichael. E as nacionais Hawaiian Dreams, com o capitão Adriano de Souza, e Pena com Deivid Silva.

A O`Neill tem o sul-africano Jordy Smith, que vale um adendo, já que a O`Neill, uma das marcas mais celebres do mercado de surf mundial, mesmo não tendo nenhum título mundial na sua história, nunca teve uma equipe tão enxuta na elite. Porém, contonua marcando presença na base da tradição.

O brasileiro Miguel Pupo tem no bico o patrocínio da Construtora Nosso Lar, e Alex Ribeiro a Praia da Grama, empresas que atuam fora do mercado de surfwear. Já o brasileiro Caio Ibelli e o aussie Connor O’Leary competem com o bico da prancha em branco.

Divisão por marcas em 2021:

Billabong – 20% (7 surfistas)
Rip Curl – 14.2% (5 surfistas)
Quiksilver – 8.5% (3 surfistas)
Hurley – 5.7% (2 surfistas)
Volcom – 5.7% (2 surfistas)
Surfistas sem patrocínio principal – 20% (7 surfistas)
Marcas com apenas um surfista no CT – 22.8% (8 surfistas)

Em comparação a 2019:

Hurley – 17.6% (6 surfistas)
Quiksilver – 17.6% (6 surfistas)
Billabong – 14.7% (5 surfistas)
Rip Curl – 8.8% (3 surfistas)
O’Neill – 5.8% (3 surfistas)
Volcom – 5.8% (3 surfistas)
Surfistas sem patrocínio principal – 8.8% (3 surfistas)
Marcas com apenas um surfista no CT – 20.5% (7 surfistas)