Ainda nos anos 60, Ronaldo Duarte, pai de Pepe Cezar, decidiu se aventurar na produção de filmes. Com isso, alguns anos depois o próprio Pepe acabou herdando alguns equipamentos e pôde registrar um pouco de tudo que vivenciava.
Com o surf brasileiro em ascensão nos anos 90, Pepe acompanhou o circuito mundial de 1996 e captou performances de vários brazucas que já incomodavam mundo a fora. Nomes como Fábio Gouveia, Teco Padaratz e Vitor Ribas, além de outros destaques nacionais da época, como Renato Wanderley, Neco Padaratz e Binho Nunes.
As imagens coletadas viraram o filme “Cambito 3”, que exibe com trilha sonora nacional as imagens de vários spots do Circuito na época, passando pelos beach breaks portugueses, em Carcavelos e a Figueira da Foz, onde se realizou o Figueira Pro de 1996, o primeiro CT realizado em Portugal.
JULIO ADLER DIZ QUE PEPE CEZAR REGISTROU COMO POUCOS OS ANOS 90
“No final dos anos 80, Pepe chegou ao Rio como sensação do surfe nordestino, dava aéreo quando nenhum moleque sonhava em voar, competia com inteligência e tinha uma dedicação invejável. Tratou de sair viajando cedo e teve uma carreira amadora meteórica – com um ótimo resultado internacional, o sexto lugar no mundial amador de 1984 na Califórnia. Virou profissional antes de completar 20 anos e largou tudo antes de fazer 22. Duas rodadas de cara no Circuito Brasileiro foram demais pra ele aguentar”, relembra Julio Adler.
“Na época foi trabalhar com os dois únicos caras que viviam de filmar surf, Antônio Ricardo e Ricardo Bocão, no programa Realce. Em 1993, botei tanta pilha pra fazer um vídeo de surf que Pepe enfim aceitou o fardo de viajar pelo mundo com mais de 30 quilos de equipamento nas costas”, conta Julio Adler.
“Como pesava aquele tripé! Foi assim que 002 Surfe foi feito, no peito e na raça. Pepe filmava, editava, sonorizava, carregava aquela merda toda e eu buzinava no ouvido dele fábulas fantásticas de fama e mulheres no final. Não comemos ninguém, não ganhamos dinheiro, mas ganhamos o mundo – e mais uma porrada de amigos”, finaliza Julio.
MAS O QUE É CAMBITO?
Pepe Cezar descreve assim o filme Cambito 3: “No dicionário a palavra “cambito” significa “perna fina”. No meio do surfe o termo “cambito” extrapolou o significado do Aurélio e conquistou vários sinônimos: Performance, Comportamento, Popularidade, Estilo, Viagens, Competição, humor, música e outras sutilezas que só o surfe tem.
Assista abaixo Cambito 3 de Pepe Cezar, um clássico do cinema surf brasileiro.
*História contada no blog do Jornalista Julio Adler – http://julioadler.blogspot.com/2011/09/cambito.html
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