Para mergulhar na história do kitesurf, a modalidade que une dois elementos da natureza, temos que retroceder há 2 mil anos para entender essa onda a favor dos ventos. A origem está com o povo chinês, que usava pipas para transportar cargas em embarcações. E embora não se saiba ao certo se isso teve ou não influência no esporte, a pipa também teve outras “funções” no decorrer dos tempos.
Considerado o pai da tração da pipa, o britânico George Peacock inventou, em 1826, uma estrutura em que uma carroça era puxada por pipas a uma velocidade de até 20 km/h. Além do inglês, o norte-americano Samuel Franklin Cody chegou até mesmo a navegar no Canal da Mancha sendo puxado por uma pipa.
Avançando mais de um século para aportar nos anos de 1970 e 1980, a pipa chegou a ser usada para impulsionar canoas, patins, patins no gelo, esquis e esquis aquáticos. Segundo o site portal Pro Wind, nessa época um inventor chegou perto do que é o kitesurf atual.
O suíço Andréas Kuhn utilizou um parapente de aproximadamente 25 m² para impulsioná-lo sobre uma prancha parecida com as de wakeboards. Porém, havia ainda um grande problema a ser resolvido. Isso porque o parapente, ao cair na água, não permitia uma nova decolagem.
OS IRMÃOS LEGAIGNOUX
Foi no ano de 1985 que o kitesurf atual foi criado pelos franceses Bruno e Dominique Legaignoux. As pipas dos irmãos Legaignoux eram diferentes das que já existiam. Eles desenvolveram uma pipa inflável que, além de permitir ser reerguida caso caísse na água, também retornava em um ângulo de 10 graus contra o vento, o que era ideal para a decolagem.
Os Legaignoux patentearam o kite no mesmo ano da criação, mas nenhuma grande empresa se arriscou a produzir a pipa. Isso só foi acontecer 10 anos depois, em 1995, quando o kite finalmente começou a ser produzido e comercializado.
NAISH LEVA O KITE PARA O MUNDO
O legend waterman e campeão mundial de windsurfe, Robby Naish, foi um dos maiores responsáveis pela divulgação do kitesurf. Segundo relatos, Naish se apaixonou pelo esporte logo no primeiro contato e hoje, além de ainda velejar, é um conhecido fabricante de equipamentos. Além disso, Robby foi o primeiro campeão mundial da modalidade, em 1998, em Maui, no Havaí.
No ano 2000, foi criado o primeiro circuito mundial de kitesurf – o Kitesurf Pro World Tour, que teve uma das etapas realizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, os atletas fundaram a Professional Kiteboard Riders Association. É dessa mesma época a criação da Associação Brasileira de Kitesurf (ABK), entidade que rege o esporte no Brasil e que está diretamente ligada à Confederação Brasileira de Vela e Motor.
OS BRASILEIROS DO KITE
Não é de hoje que o Brasil revela e se destaca em diversas modalidades esportivas, ainda mais quando se trata de esportes de prancha.
Guilly Brandão é um dos grandes nomes do kitesurfe mundial, tricampeão mundial da categoria, com a última conquista em 2010. Guilly é nascido em Ilhabela, São Paulo, e também é pentacampeão brasileiro de ondas e tetracampeão de freestyle.
Atualmente, o big rider vive com sua família na Praia de Ibiraquera, em Santa Catarina, um spot privilegiado com bons ventos e altas ondas, conhecido mundialmente como um kite point.
Outro grande nome da modalidade é a Bruna Kajiya. Bruna tem impressionantes 3 conquistas de título de campeão do mundo na categoria freestyle, e mais 6 vices campeonatos mundiais. Além do âmbito internacional, Kajiya é tetra campeão brasileira de kite, a colocando como excelência máxima do esporte.
OS KITE POINTS
Na cidade do Rio de Janeiro os chamados “Kite Points” são lugares onde a galera se reúne pra praticar a modalidade e usar as guardarias para deixar os equipamentos. Os locais também são próprios para aulas, tanto para alunos iniciantes até os experientes.
Existem locais famosos como o K08 na Barra da Tijuca, que é um clube onde os associados podem montar o seu equipamento, além de terem suporte para pouso e decolagem, com água doce para lavar os acessórios e tudo que envolve o kitesurfe.
Colaborou / Texto Lucas D’Assumpção
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