Casa Boardsports Snowboard Snurfer! A influência do surf na criação do Snowboard
Snurfer! A influência do surf na criação do Snowboard

Snurfer! A influência do surf na criação do Snowboard

Difícil de afirmar e precisar quem criou o Snowboard e em qual época, muito pelas origens milenares para deslocamento sobre a neve. Porém, em período recente, é aceitável dizer que quatro nomes foram importantes para a origem do esporte na neve: Sherman Poppen, Dimitrije Milovich, Jake Burton e Tom Sims – com a influência do surf na ciração do snowboard.

Tudo começou no Natal de 1966, quando Sherman Poppen, engenheiro norte-americano, juntou dois esquis para sua filha. Segundo relatos, ela ficava em pé sobre no trenó da família.

Poppen, então, prendeu os esquis lado a lado, colocou tiras de couro e alguns pedaços de madeira em forma de cruz para servir de apoio para os pés. No início, com influência da esposa de Sherman, o snowboard teve o nome de “snurfer”.

A fabricação de mais exemplares aconteceu por conta das crianças que também viviam na localidade que Sherman morava, que começaram a pedir os snurfers. Com grande quantidade, as pranchas – de apenas uma madeira – levavam uma corda no bico para facilitar o equilíbrio.

Foi então que a empresa Brunswick viu o potencial do projeto, comprou os direitos de Poppen e passou a comercializar o produto, obtendo um razoável número de vendas nos anos 60 e 70. Com a popularidade da nova modalidade à época, aconteceu a primeira competição de snurfer em 1968, em Michigan, nos EUA. No evento, os participantes tinham apenas uma descida em linha reta para percorrer.

Relíquias de pranchas de Snowboard

A INFLUÊNCIA DO SURFE NA CRIAÇÃO DO SNOWBOARD

No ano seguinte, em 1969, o surfista e esquiador Dimitrije Milovich começou a desenvolver a sua própria linha de pranchas com desenhos inspirados nos equipamentos do surf. Além de madeira laminada, ele colocou metal nas bordas. E foi assim que nasceu o Winterstick, desenhado com uma largura três vezes maior para ser usada sobre a neve fofa (powder). Assim como o Snurfer, a Winterstick não contava ainda com fixações para os pés.

Outro nome importante da modalidade foi Bob Webber, que conseguiu, em 1972, a patente para o Skiboard. Sua criação apresentava um formato mais parecido com os usados atualmente.

Jake Burton

O PAPEL DA MÍDIA E JAKE BURTON

O crescimento nacional do esporte se deu através da mídia, mais precisamente uma revista: a Newsweek. Uma matéria com o Milovich foi publicada e uma foto em página dupla serviu para dar reconhecimento nacional ao esporte que ainda se formava.

Segundo a SnowBrasil, por volta de 1977, Tom Sims e Jake Burton Carpenter criaram suas próprias empresas e começaram a vender seus próprios modelos. A empresa foi determinante a contribuição de Jeff Grell que criou a primeira fixação (bindings) para os pés. As presilhais ajudaram ao atleta Jake Burton, que em 1978, em uma competição, se tornou o primeiro homem a usar uma prancha com fixações.

Shaun White

O LEGEND SHAUN WHITE: A REVOLUÇÃO DO ESPORTE

O divisor de águas da radicalidade do snowboard partiu do americano Shaun White. Shaun é skatista e snowboarder, e isso o auxiliou a botar em prática todo o seu talento em cima da neve. No ínicio do século XXI, em 2002, White conquistou suas primeiras medalhas no Winter X-Games, que foram as pratas no snowboard slopestyle e superpipe. No Winter X Games 2003, White dominou as provas de snowboard superpipe e slopestyle e conquistou suas primeiras medalhas de ouro nos X-Games.

A partir daí ele levou medalha em todos os anos que disputou nos Winter X-Games. Em 2004, White fez uma bela apresentação no snowboard slopestyle e conseguiu continuar dominando a prova para conseguir ganhar sua terceira medalha de ouro no Winter X Games e segunda no snowboard slopestyle. Nos X Games de 2005, White conseguiu a medalha de prata no Skate Vertical; ainda no evento ele conseguiu ser tri-campeão de snowboard slopestyle.

Além de ganhar tudo nos X-Games de inverno, Shaun também levou medalhas no jogos Olímpicos de Inverno de 2006. White conseguiu se classificar e ainda conquistou a medalha de ouro no halfpipe. De 2007 até 2018 o americano ganhou tudo que disputou e levou medalhas em quase todas categorias disputadas, inclusive no skate.

São 3 medalhas de ouro no jogos Olímpicos de Inverno, 14 medalhas no Winter X-Games e 4 medalhas no skate pelos X-Games. Uma máquina.

Isabel Clark

SNOWBOARD BRASILEIRO: RAÇA PURA

O Brasil tem importantes representantes no snowboard fazendo história. Representante brasileira nas Olimpíadas de Inverno, Isabel Clark é dezoito vezes campeã brasileira e pentacampeã sul-americana. Isabel teve a honra de ser porta-bandeira da delegação brasileira nos jogos de 2010, no Canadá.

Isabel tem um currículo vasto, participando de competições ao redor do mundo e treinando em países do hemisfério norte. Um curiosidade interessante é que o Brasileiro de Snowboard é disputado no Chile.

A nova geração vem forte no snowboard e, segundo alguns especialistas, podendo ganhar alguma medalha. Como todos sabem, o Brasil não tem neve para a prática de esportes de inverno, porém a tecnologia auxilia e muito a vida de três nomes da modalidade. Os jovens Matheus Salim, Augustinho e João Teixeira trabalham diariamente sob supervisão do técnico Benjamin Zlachevsk de olho no futuro. O objetivo é que eles sigam os passos de Isabel Clark e apareçam nas próximas Olimpíadas de Inverno, o que pode acontecer já em Pequim 2022, na China.

Os atletas treinam no Centro de Treinamento de Esportes de Neve, em São Roque, São Paulo. O local é considerado pioneiro da América Latina e conta com equipamentos de ponta. A estrutura possui três pistas artificiais em diferentes inclinações, que permitem saltos com aterrissagem em colchão inflável Acrobag de 400 m², ideal para treinamentos acrobáticos. Além disso, tem trampolins utilizados nos movimentos aéreos dos profissionais. A Confederação Brasileira de Desportos na Neve é parceira do Ski Mountain Park, que conta também com o apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Shaun White

Colaborou / Texto Lucas D’Assumpção

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