Um caso absurdo vem acontecendo no mundo com os golfinhos. O ativista e conselheiro, Guiga Pirá, da Sea Shepherd Brasil (ONG internacional que atua na proteção marinhada), contou sobre um grupo de cerca de 50 golfinhos que foram brutalmente mortos por caçadores.
Essas caças são legalizadas e ocorrem principalmente nas ilhas Faroé, território dependente da Dinamarca, e em Taiji, no Japão. Mas a matança também é registrada na costa oeste africana.
“Os caçadores fazem uma barreira sonora martelando uma barra de ferro dentro da água. O caçador, que tem uma visão privilegiada da movimentação dos animais, orienta as batidas para encurralar os animais”, afirmou o brasileiro, que viaja o mundo protegendo golfinhos e baleias da matança, em entrevista à BBC News Brasil.
Por conta de suas ações de combate e repressão à matança de golfinhos, Guiga também atua como fotógrafo e tripulante da ONG em missões, mas não vai mais ao Japão, onde é considerado uma pessoa que não é benvinda.
Animais vivos e cultura local
Um golfinho morto, estima o ativista brasileiro Guiga Pirá, que viaja o mundo tentando evitar a matança dos animais, rende em média cerca de 600 dólares (cerca de R$ 3,3 mil) depois de ter sua carne vendida no Japão. Já um golfinho vivo e treinado pode valer até 200 mil dólares (R$ 1,1 milhão) ao ser comercializado para resorts, aquários e a indústria do entretenimento em geral.
Esses animais são geralmente usados para que turistas tirem fotos nos parques aquáticos para onde são levados. É comum que os próprios treinadores que trabalham em resorts se desloquem até o local da matança para selecionar os melhores animais.
Além do fator cultural, pescadores no Japão também alegam matar golfinhos para evitar que eles comam os peixes da região e prejudiquem a pesca local. No país é permitido que 2 mil golfinhos sejam abatidos anualmente durante a temporada de caça, que iniciou no 1º de setembro de 2020 e foi encerrada em fevereiro de 2021.
Caso os caçadores ultrapassassem essa cota, eles ainda poderiam apresentar uma justificativa e serem liberados.
Caça ao boto no Brasil
No Brasil, tanto a caça quanto o uso de golfinhos para entretenimento são proibidos. Entretanto, as chamadas de “redes fantasmas” vão matando os animais ao longo dos anos.
O que existe no Brasil, explica Guiga Pirá, é a caça ao boto. Os principais responsáveis por essa matança são pescadores que usam a carne do animal como isca para a pesca da piracatinga, peixe da região amazônica.
De acordo com o presidente do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, uma lei hoje proíbe ao menos temporariamente a matança do boto-cor-de-rosa para que ele seja usado como isca.
Ele diz que as redes de pesca matam muitos golfinhos, baleias e tartarugas de maneira acidental. Novas técnicas estão sendo desenvolvidas a fim de evitar que as baleias e golfinhos esbarrem nessas redes. Uma delas é instalar um alarme sonoro a cada 500 metros para evitar que os animais se aproximem.
O presidente afirma que a interação mais saudável entre homem e golfinho no Brasil ocorre em Santa Catarina.
“Os golfinhos, ou boto da tainha, trazem os peixes em direção a eles e eles jogam a tarrafa (rede de pesca). O golfinho arqueia o corpo como um sinal para o pescador jogar a rede. As tainhas se assustam e isso favorece para o golfinho também capturar os peixes. O pescador ganha e o golfinho também”, afirmou Milton Marcondes.
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