Casa Boardsports Bodyboard História do Bodyboard: O Surf Deitado
História do Bodyboard: O Surf Deitado

História do Bodyboard: O Surf Deitado

Inegável que o bodyboard é a prancha de entrada de muitos que se tornam surfistas – no chamado surf em pé. O surf deitado também é o preferido das crianças, ou melhor, pelos pais das crianças, que vem um jeito mais amigável para os filhos brincarem no mar.

Tudo começou com Tom Morey, que lançou a prancha em 1971 no Havaí. A identificação com o inventor foi tão grande, que por muito tempo o esporte ficou relacionado ao próprio nome da prancha, a icônica Morey Boggie – e até hoje existem pessoas que chamam ao bodyboard de “morey boogie”.

Embora Tom tenha sido um nome de destaque na modalidade, existem relatos do século XV em que polinésios já surfavam deitados em pequenas tábuas rudimentares, que eram consideradas as “pranchas do povo”, já que apenas à realeza era permitida surfar em pé. Historiadores acreditam que esse movimento do povo era uma ação política organizada.

Tom Morey

BODYBOARD – DA “PRANCHA DO POVO” AO MOREY BOOGIE

Voltando ao bodyboarding moderno, Morey tentou imaginar uma prancha que pudesse ser surfada de uma maneira diferente da habitual. O resultado foi melhor do que o esperado. Pela primeira vez, pode-se sentir a onda através da prancha.

Depois de ter introduzido várias inovações em pranchas de surf e de ter apresentado previsões futuristas sobre pranchas em várias revistas da época, Tom Morey desenhou algo totalmente diferente: a primeira prancha de bodyboard.

De acordo com a entidade que cuidava das vendas à época, as pranchas Morey Boogie tiveram um número de vendas estrondoso nos EUA e rapidamente se espalharam pelo Mundo.

Marcus Kung

LIFE STYLE RIO E OBSESSÃO POR PIPELINE

No Brasil, o primeiro bodyboarder estabelecido foi Marcus Cal Kung, que iniciou a sua trajetória no ano de 1973. Kung foi o responsável pela criação da primeira associação legalmente registrada da modalidade no mundo, a Associação Master de Bodyboarding do Rio de Janeiro (AMBERJ), em 1984.

Junto com os surfistas e amigos Cláudio Marques, Xandinho, Kiko Ebert e Kiko Pacheco, ele idealizou a associação e as primeiras regras de competição. Marcus ajudou ainda a implantar inúmeras associações e entidades representativas do esporte, em terras nacionais e no exterior.

Marcus participou de inúmeras competições estaduais, nacionais e do primeiro circuito brasileiro até 1989, quando deixou de competir profissionalmente. Da mesma forma, participou das primeiras competições internacionais, inclusive em três Pipe Master, em Pipeline, no Havaí.

Vale destacar que o surf de bodyboard no Havaí, precisamente em Pipeline, é respeitadíssimo pelo surfistas de todo o mundo, principalmente pelos locais havaianos. Os bodyboarders são temidos e os mais cascas-grossas no pico, dominam o point com o mar está daquele jeito – havaiano.

Guilherme Tamega

BRASIL NO TOPO E UMA LENDA: GUILHERME TAMEGA

O circuito mundial de bodyboard começou em 1982, sendo vencido pelo havaiano Daniel Kaimi. Nos anos seguinte o “Pelé” do bodyboard Mike Stewart começou a fazer sua hegemonia na modalidade, conquistando 9 títulos mundiais.

Mike Stewart é considerado uma lenda do esporte. E no auge da competitividade, um brasileiro entrou com tudo nessa briga por títulos mundiais e se tornando um dos maiores da história, figurando no hall da fama do esporte: Guilherme Tâmega.

O surfista brasileiro levantou 6 canecos de campeão mundial e duelou com o Mike por anos. Guilherme Tamega virou uma lenda do esporte. É de GT o recorde de vitórias em etapas do Mundial, 24 conquistas. O segundo colocado nesse ranking é o próprio Stewart, com 15. Hoje, Tamega trabalha como salva-vidas no Havaí e é respeitado no mundo inteiro pelos seus feitos no mar.

Paulo Barcellos

PAULO BARCELLOS ENTRE OS MAIORES DO ESPORTE

Outros dois nomes importantes na cena que levaram o Brasil ao topo do mundo foram: Paulo Barcellos, em 2000, e Uri Valadão, em 2008.

Paulo é um dos principais fotógrafos de surfe / bodyboard do mundo, com imagens em dias pesados e clássicos em Pipe, Teahupoo e outros. Barcellos também desenvolve um rico trabalho em fine art, com um olhar apurado sobre o oceano.

Uri Valadão, além de excelente bodyboarder, tem pranchas e uma marca que levam o seu nome, que são hoje um dos principais equipamentos da modalidade no Brasil. O “Baiano Voador” é dos mais ativos esportistas do bodyboard do Brasil.

Glenda Kozlowski

BRASILEIRAS NO BODYBOARD: CELEIRO DE CAMPEÃS MUNDIAIS

Os anos 90 foram mágicos para as bodyboarders do país. Com diversos títulos mundiais, o Brasil se tornou um celeiro de talentos e chamou a atenção do mundo pela performance à frente do tempo.

O hall de façanhas começou no ano de 1990, com a Stephanie Pettersen – que depois se naturalizou australiana –, que trouxe o nosso primeiro caneco. No ano seguinte, a carioca Glenda Kozlowski conquistou o seu Mundial, e se tornou um dos grandes nome do esporte nacional. Glenda hoje é uma das jornalistas esportivas mais respeitada do Brasil.

Uma verdadeira hegemonia foi criada pelo Brasil. As nossas competidoras brasileiras ganharam títulos mundiais em todos os anos entre 1990 e 2004, uma hegemonia que só foi quebrada em 2005 e, brevemente retomada em 2007.

A maior vencedora de mundiais da história também é brasileira, Neymara Carvalho, com 5 títulos de campeã do mundo. Outros nomes também figuram nessa lista: Isabela Souza com 4 títulos – último ganho em 2016, Mariana Nogueira com 3 títulos, Daniela Freitas com 2 títulos, Soraia Rocha com 2 títulos, e Karla Costa e Claudia Ferrari, com 1 conquista cada.

Bodyboard, o esporte do “povo havaiano” aos campeões do Brasil.

Isabela Souza

Colaborou / Texto Lucas D’Assumpção

Deixe uma Resposta