O Stand Up Paddle, popularmente conhecido como SUP, é o famoso “surf com remo”. E, assim como no surf, foi criado nas Ilhas Havaianas. Do Havaí para o mundo, dos mares às lagoas e rios, a remada de Stand Up virou uma cultura global.
Diferentemente do surf tradicional, o SUP que ficou popularmente conhecido por um grupo de jovens chamados de Beach Boys de Waikiki. Eles usavam o termo “Beach Boy Surf” quando estavam em suas pranchas compridas remando com remos de canoa, com o objetivo de tirarem fotos para os turistas que aprendiam a surfar.
Contudo, vale dizer que existem registros muito mais antigos no Havaí. Em havaiano o SUP significa Ku (de pé) Hoe (remar) He’e (surfar) Nalu (onda). E na própria origem da história do surgimento do surf no Peru, os ancestrais usavam o remo para locomoção dos Caballitos de Totora, embarcações feitas de uma espécie de palha, usadas para pesca e para deslizar sobre as ondas.
HAVAIANOS IMPULSIONAM O SUP PARA O MUNDO
Surfistas havaianos como Dave Kalama, Brian Keaulana, Archie Kalepa e Laird Hamilton – no início dos anos 2000 –, começaram a praticar o SUP como uma variação de treino, quando o mar não estava em condições para surfar. Ao longo dos anos eles também participaram de eventos como o Molokai to Oahu Paddleboard Race e Makaha’s Big Board Surfing Classic, que reúnem várias modalidades de surf com pranchão. Kalama e Hamilton também desafiaram as ondas havaianas e de Teahupoo, colocando o SUP em outra dimensão.
No Brasil, os surfistas de ondas grandes Jorge Pacelli e Haroldo Ambrósio, foram alguns dos importantes nomes para expansão da modalidade no país. No início dos anos 2000, eles trouxeram equipamentos e contribuíram para a disseminação do esporte. E alguns shapers nacionais, como o paulista Neco Carbone e o carioca Claudio Pastor, engrossaram o movimento evoluindo sobre os modelos de pranchas.
O interesse no esporte cresceu muito a partir dos anos de 2010, até se tornar uma verdadeira febre em praias do Rio de Janeiro, São Paulo e nos demais estados do Brasil. Como lazer o SUP ganhou corpo fora da água salgada e se tornou um esporte muito amigável.
CAMPEÕES BRASILEIROS: AS FAMÍLIAS SALAZAR, VAZ E PACELLI
Existem diversas categorias dentro do SUP e em cada uma delas há uma competição. O mais conhecido, o SUP Wave, fez com o que atletas brasileiros conquistassem títulos de nível mundial. Em 2012 o Brasil conquistou o primeiro título importante do país com o surfista santista Leco Salazar, entrando para o hall dos melhores do mundo. Filho do legend Picuruta Salazar, Leco foi homenageado em desfile a bordo do caminhão dos Bombeiros, na sua cidade natal, Santos.
No ano seguinte foi a vez de Nicole Pacelli ser a primeira campeã de SUP no mundo, aos 22 anos de idade. No mesmo ano, Nicole também competiu o seu primeiro mundial pela International Surfing Association, o ISA Games, e sagrou-se campeã pela entidade.
Esses dois grandes feitos trouxeram outros nomes para o SUP competição. O waterman Caio Vaz, um dos maiores atletas da atualidade nos boardsports, foi campeão mundial de SUP Wave em 2015, consagrando o Brasil como uma terra reveladora de talentos.
Outro nome que levantou o caneco de campeão mundial foi paulista Luiz Diniz, em 2017. Luiz, que é natural do Guarujá, fez bonito na praia Cold Hawaii, em Klitmøller, na Dinamarca, para levar o caneco.
SUP NO PANAMERICANO: OURO E GRAVIDEZ
Segundo alguns comentaristas, o SUP do Brasil foi “salvo” ao ser inserido na competição sul-americana em 2019. O Pan do Peru fez bem ao esporte brasileiro, mesclando novos nomes com atletas experientes.
O SUP Race fez história na competição, conseguindo medalhas no masculino e no feminino. Lena Guimarães Ribeiro garantiu o primeiro ouro da modalidade, ultrapassando na última onda a norte-americana Candice Appleby, para delírio da torcida. Entre os homens, Vinnicius Martins foi prata em um mar desafiador.
E se tratando do Pan do Peru, vale destacar a participação de Nicole Pacelli, que surfou grávida (ainda sem saber). Ela foi medalha de bronze na categoria Sup Wave, chamada na competição de SUP Surfing, e foi em solo peruano que a brasileira descobriu que estava gravida de três meses. Outro destaque do pranchão, contudo sem remo, foi a carioca Chloé Calmon, que conquistou medalha de ouro no Longboard, para uma verdadeira festa nas arquibancadas com direito a transmição em rede nacional.
A POPULARIZAÇÃO DO SUP
Simples assim: uma prancha, um remo e a natureza. Basta remar em pé em cima de um pranchão que você já está praticando o stand up paddle. Quem pratica o SUP sabe que ele vai muito além de um esporte, ele é um estilo de vida a ser seguido.
O SUP se popularizou em todo o território nacional, que hoje é praticado em qualquer lugar do Brasil. Lagoas, praias, rios, piscinas… O SUP é democrático e prazeroso, tanto para quem quer se divertir e para quem quer ser um atleta.
Aulas de yoga também são feitas em cima de uma prancha de SUP, o que atrai um número cada vez maior de adeptos. A represa de Guarapiranga em São Paulo também virou um polo esportivo e de lazer.
A ALMA SURF realiza o projeto SUP PARA TODOS, um evento de iniciação esportiva com aulas gratuitas de stand up, com orientação e monitoria profissional e empréstimo de materiais. O evento tem apoio do Estado e é considerado um sucesso de público e mídia. ALMA SURF, vidas sobre pranchas.
Colaborou / Texto Lucas D’Assumpção
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