Surfe é declarado patrimônio cultural do Rio de Janeiro

Surfe é declarado patrimônio cultural do Rio de Janeiro

O surfe foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro, em projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado. A aprovação aconteceu após análise sobre dossiê apresentado pelo publisher da ALMA SURF Romeu Andreatta, que defendeu a cidade do Rio como a Capital Mundial do Surfe.

A autoria do projeto de lei nº 4735/2021 é dos deputados Márcio Pacheco e Bruno Dauaire, que acataram pedido do Governador do Rio, Cláudio Castro, que já havia chancelado o tema junto ao INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural –, que é ligado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

“Uma conquista histórica, que transforma o surfe em Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro, que agora se consolida como a Capital Mundial da Cultura Surf”, declarou Romeu Andreatta, precursor do surf como movimento cultural no Brasil.

SURFE PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A justificativa da ementa parlamentar na ALERJ discorreu sobre toda a história do surf, desde as origens polinésias à prática no Havaí, considerado o berço do surf moderno. Evidenciou fatos históricos sobre os primeiros indícios da chegada do surfe no Rio de Janeiro na década de 1940 – “quando os cariocas já eram vistos sobre tábuas de madeira feitas por eles mesmos deslizando sobre ondas na Praia do Arpoador”.

O texto avança nos anos 50, destacando as praias de Copacabana e Arpoador como pilares do surfe no Brasil, que se enraizou como uma “cultura de praia” também nas areias de Ipanema nos anos 60, gerando uma simbiose com os movimentos artísticos pulsantes como Bossa Nova e o Cinema Novo.

A materialização acontece nos anos 70, nas ondulações do Píer de Ipanema, que reuniu surfistas lendários como Rico de Souza, Daniel Friedman, Pepê Lopes, Ricardo Bocão e Petit, que deu origem ao cognome de “Menino do Rio”. A ebulição do surfe junto de artistas icônicos como Caetano Veloso, Gal Costa, Jorge Ben e músicos do Tropicalismo e outros intelectuais causou uma verdadeira revolução de costumes em meio ao estilo de vida carioca.

Em trechos retirados do dossiê, a justificativa avança sobre os anos 80 lembrando do lendário Circo Voador que tinha sede no Arpoador, e o nascimento da nova versão do rock nacional. Até chegar à explosão comportamental que transgrediu a década  90 com o apoio da mídia e as fundações de esporte e o profissionalismo dos anos 2000.

“Esse grande movimento fez nascer em 2010 a Geração Brazilian Storm, com Gabriel Medina, Adriano de Souza, Ítalo Ferreira e outros importantes nomes da cena que conquistaram cinco títulos mundiais. Mais os recordes das maiores ondas já surfadas, e um verdadeiro tsunami de novos adeptos e expressivos números de mercado. Sem contar que todo esse cenário próspero e de crescimento notável, principalmente entre os jovens, levou recentemente o esporte surfe às Olimpíadas”, destaca a ementa do projeto de lei que transformou o surfe em patrimônio cultural do Rio de Janeiro, que lembra ainda que o Estado sempre foi um importante palco de competições nacionais e internacionais e que segue recebendo a etapa brasileira do Circuito Mundial.

“Consolidar o surfe como Patrimônio Cultural do Estado (RJ), estaremos promovendo essa valiosa memória, que comporta símbolos de tradições locais e culturais da nossa região costeira, valorizando suas histórias e eternizando lugares icônicos na geografia do surfe como, por exemplo, a Praia de Saquarema, a Prainha no Recreio e o Arpoador. Elevar a prática do surfe como patrimônio cultural de natureza imaterial do estado do Rio de Janeiro significa reconhecer a importância de uma cultura sólida envolta ao surfe e assim fortalecer um poderoso ativo para nosso Estado, tendo em vista a sua capacidade de aprimorar o desenvolvimento econômico por meio do turismo, esporte e lazer, gerando mais empregos e renda.” – texto do Projeto de Lei aprovado na ALERJ.

Para ler na íntegra, acesse aqui.

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